quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Tempos Modernos. Tempos Difíceis...




Fico imaginando como tudo começou, quando é que entramos nesse colapso de comportamento atual, como chegamos a essa era em que tudo gera dúvida, e se é causa então existe um ponto de partida, e logo então vem o efeito, e isso, são leis do universo, não negociáveis.

Tudo se inicia ao ouvir, exaustivamente, sobre cavalheirismo. Sim, esse vocábulo, que, por vezes, parece inexistir. Ouvir? Cavalheirismo? Não, ouvir sobre a falta dele.

Há um contrassenso. Isso realmente se perdeu, ou está adormecido e impregnado com os medos de quem já foi repelido?

Ser cortês, cavalheiro, está sendo confundido com abusado, intransigente, e até pode ser sinônimo de flerte. Mas quem o interpreta dessa forma?

Ainda não está entendendo? Vamos aos fatos...

Atualmente, se um homem é gentil com uma mulher, se levantar para ela sentar, se abrir portas (em qualquer lugar, carro, estabelecimentos), se der um sorriso, um bom dia, isso pode gerar certo desconforto, e aí mais uma vez indago. Tempos Modernos. Tempos Difíceis.

Há tempos, quando ainda não existia o tal feminismo – e aqui um ponto, feminismo não é o antônimo de machismo, feminismo significa igualdade, direitos equânimes – os homens, por considerar a mulher o sexo mais frágil, tentava compensar isso, sendo o mais delicado possível, e de certa forma coerente ao tempo em que viviam.

Não estou falando das implicações que, ser mulher numa época exclusivamente machista implicava, não estou falando de um tempo tão remoto, estou redigindo sobre os anos 70 a 90, em que respeito não precisava ser praticado, era algo comum e natural, obrigatório aos homens de bom coração.

Com o famigerado “espaço conquistado” também se perdeu o bom senso, o homem, com medo das represálias que sofre por quem se diz “feminista”, acaba ficando em seu canto, acuado, e sem saber se tal ato cria uma desconfiança alheia, com receio de que tal atitude o leve a máxima de que, “todo homem não presta, só está fazendo isso para me apanhar”.

Sabe o que é mais interessante? É ver mulheres procurando por um príncipe encantado e se comportando de forma alheia. Já pensou que também os homens estão procurando princesas? Àquela, meiga, cheia de ternura, que cuida do seu homem, que sabe agradar, que não briga por coisas inúteis e vãs, prendada, e que, acima de tudo sabe ser mulher na privança.

Homens também têm culpa, e muita. E um provérbio popular, um tanto esdrúxulo, verdade, mas simples é: “homem que procura mulher pela bunda, não pode reclamar por ter um relacionamento de mer**”.

Sabe o macho, pegador, que na balada ou carnaval pega geral? Pergunta quantas “dessas” cuidaram dele quando estava ao menos com a popular virose? Quantas o colocam pra cima, de cabeça (pensante) erguida? Quantas o apoiaram em suas decisões difíceis?

Pele envelhece, corpo cai, cabelo descolore, e o que vai sobrar?

Roberto e Erasmo, em uma de muitas de suas composições, captaram a essência de uma mulher, que não está nos padrões impostos por uma sociedade decadente, analisaram o passado, àquela época em que amor não era item raro, quando escreveu: “... Já no passado os mestres da arte diante da formosura. Não dispensava o charme de uma gordinha em sua pintura”. E completa com: “Coisa bonita, coisa gostosa, quem foi que disse que tem que ser magra pra ser formosa? Coisa bonita, coisa gostosa, você é linda é do jeito que eu gosto é maravilhosa”.

O amor deveria transcender as barreiras do físico, deveria transpassar o corpo atingindo a alma, pois beleza é algo intrínseco ao ser, mas vem de dentro para fora e não o contrário.
Resultado de tudo isso? Pessoas vazias beirando os 40. Enquanto que, os antiquados, como eu, estão sendo felizes há anos – pouco mais de uma década – mas com o sentimento estampado, que reluz até aos olhos mais desatentos.

Ser feliz só depende de uma coisa, QUERER. Quando se quer algo, busca-se, não travestido de dogmas e paradigmas, esquadrinha-se um caminho e esquece-se de todo o resto, inclusive àqueles velados por poder e status.
Amor não está à venda, não é algo que se acha em lojas de departamento, até se consegue companhia, mas continua viajando na longínqua terra do vacivu.




E, quando perceber estará num abismo, cheio de realizações físicas, mas com a sensação de que poderia ter feito tudo diferente. O arrependido. Não poderá voltar, pois a vida não é uma pintura a lápis. Escolha ser o Da Vinci agora, pois o tempo não perdoa, corre para os bons e maus; e você, quem é?  


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