quarta-feira, 26 de março de 2014

The Cat Lady



The cat lady é um jogo indie, desenvolvido pela Harvester games e distribuído pela Screen 7, exclusivamente para PC. O termo cat lady, ao contrário do que o nome indica, não é comumente utilizado para definir mulheres que têm ou cuidam de gatos, mas sim pejorativamente para definir senhoras que vivem sozinhas, viúvas ou solteiras, sem filhos e que não tem muito contato com outras pessoas. Em geral, as cat ladies são tachadas como velhas loucas e solitárias.

Não há muito que se possa falar sobre a história do jogo sem estragar a experiência de quem possa vir a jogá-lo. Diferente de outros jogos, The cat lady não se destaca por seus gráficos ou jogabilidade, e sim pela sua história. Não me entendam mal, o jogo possui cenários muito bem feitos e a jogabilidade também, embora poderia ser melhor, mas entrarei em detalhes sobre eles mais adiante.
Em The Cat Lady, você encarna Susan Ashworth, uma senhora triste, solitária e depressiva. E não se enganem: é exatamente isso que você deve esperar do jogo. O game é contado em forma de capítulos e em cada um deles você conhece mais sobre o passado de Susan e o que a levou a tornar-se quem é. Já no início, a nossa protagonista toma uma dose de pílulas para dormir, com intuito de suicidar-se, e então o jogo começa.
A jogabilidade lembra bastante a de alguns gêneros mais antigos point-and-click, como o da consagrada franquia Monkey Island da Lucas Arts, onde você precisa realizar uma série de tarefas e/ou usar e combinar itens para conseguir outros, liberando acesso a locais e assim prosseguindo com a história. A única diferença que em The cat lady você usa o teclado ao invés do mouse.
As setas para direita e esquerda, movimentam o personagem ou alternam entre itens do inventário. A tecla para cima permite alterar entre opções e interações de item, assim como a tecla para baixo que, além dessas também é usada para acessar o inventário. Por fim, a tecla enter serve para mostrar as opções de um item e a tecla esc para abrir o menu de salvamento. Parece simples, e é, mas a movimentação de Susan é lenta e isso me deixou extremamente frustrado. Explico: não é possível correr, só andar. Não seria problema algum, exceto que, em alguns cenários é preciso ir e voltar várias vezes, o que faz com que uma simples tarefa demore muito. Esse simples fato me fez desejar matar Susan com minhas próprias mãos.
Como o jogo não dispõe de um sistema de salvamento automático, o indicado é salvar sempre que possível. Para criar um save é necessário definir um nome para ele, e eu confesso que levei um tempo para perceber que não são aceitas letras, só números. Então fica aqui uma dica para quem for jogar e tiver dificuldades com isso.
O jogo é totalmente bidimensional. Os cenários são muito bonitos e conseguem se encaixar perfeitamente bem com a temática do game. Alguns lembram quadros antigos, fotografias, abusando do preto e branco e do sépia, com algumas cores em destaque, como o verde dos olhos de Susan ou o vermelho do sangue. A trilha sonora é magnífica e, juntamente com o cenário contribui para a imersão do jogador. A dublagem é boa, com alguns problemas de sincronismo em alguns momentos, mas nada que atrapalhe em nenhum momento.
Com uma atmosfera bem dark, e uma narrativa instigante, The Cat Lady leva o jogador para dentro do mundo de Susan, fazendo-o sentir a dor dela, como se fosse dele. Devo alertar, porém, que o jogo pode não ser indicado para todos os públicos. Contando com altas doses de violência, sangue, mutilação, conteúdo sexual e drama, o game pode ser visto como, no mínimo, perturbador.

Por trás de toda essa depressão, The Cat Lady passa também uma grande lição, que leva o jogador a refletir melhor sobre as coisas que acontecem a sua volta. Um ponto negativo é a falta de legendas em português, uma vez que o forte do jogo é sua história, algumas pessoas acabam perdendo muitos detalhes da história, o que é uma pena. Mesmo assim, recomendo o jogo para todos, pois espero que os que venham a jogar tenham uma experiência tão incrível quanto a que tive ao ver o mundo através dos olhos verdes de Susan Ashworth.

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